Braatz defende apoio à ADIN da OAB pedindo correção da tabela do IR pela inflação real

por mon — publicado 02/06/2014 16h26, última modificação 01/06/2016 10h59
O Vereador Roberto Braatz (PDT) assegurou o apoio da Câmara à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), impetrada pelo Conselho Federal da OAB no STF, no sentido de que a União corrija a tabela do Imposto de Renda pelo IPCA, ao invés de indexador baseado nas metas de inflação, o qual vem sendo adotado desde 1995.

      Em reunião segunda (02), Sepé Tiaraju Rigon de Campos, presidente em Montenegro da entidade representativa dos Advogados, explicou que a defasagem desde aquele ano até 2013, chega a 61,24%.
         Estima-se que cerca de vinte milhões de pessoas, todos os anos, estariam contribuindo indevidamente para o “Leão” devido à aplicação deste indexador, ao invés da inflação real. “Estas pessoas deveriam estar isentas”, lembrou Sepé. A OAB está solicitando celeridade na tramitação do julgamento da ADIN pelo Judiciário, relatou Sepé. Braatz promoveu o encontro para discutir a forma de o Legislativo se somar à reivindicação porque, conforme a Constituição, somente a OAB possui o chamado poder originário para apresentá-la.
         A ADIN está pleiteando que seja aplicada a íntegra dos reajustes que deixaram de ser feitos ao longo destes quase vinte anos. Segundo Sepé, o juiz da Alta Corte é que vai dizer o que determina a Constituição Federal com referência à tabela, a qual deveria ser corrigida pela inflação real, efetiva. “A OAB busca que o STF interprete a Constituição de acordo com o que ela preconiza, ou seja, que a correção se dê pelo IPCA”, explica o representante da OAB local.
         Citou dado alarmante: estima-se que, caso a distorção não seja corrigida, em trinta anos mais de 99% dos contribuintes brasileiros estarão pagando Imposto de Renda. “Atualmente, quem ganha um pouco mais de dois salários mínimos mensais já o está pagando. Isto é um absurdo!”, reclamou Tiaraju. “Isto é gravíssimo, uma injustiça com o trabalhador brasileiro”.
         Mesmo entendendo que a prerrogativa de recorrer ao Judiciário é exclusiva da OAB, Braatz defende que a Câmara poderia se solidarizar. Para Sepé, este papel que o Legislativo pode exercer, de pressão, “com certeza será ouvido pelo Juiz”, sendo que isto poderá se refletir no julgamento, o mais rápido possível, da ADIN que defende a volta do indexador pelo IPCA.
         Como resultado, nos próximos dias Braatz deverá apresentar documento colocando a posição do Legislativo sobre o tema, com base no debate da reunião.