Feira Afroempreendedora: Criação do evento pode acontecer em Montenegro

por adm publicado 09/06/2022 16h16, última modificação 09/06/2022 16h16
O tema foi debatido com representantes da ACB Floresta Montenegrina, sendo representada pelo Coletivo de Empreendedoras Negras de Montenegro, ACI Montenegro Pareci Novo, Confraria das Empreendedoras de Montenegro e integrantes do Executivo montenegrino.

Tendo como parâmetro a Lei 12.262/17, de Porto Alegre, que instituiu a Feira Afroempreendedora no Calendário de Eventos da capital, a Câmara de Vereadores de Montenegro realizou uma reunião para discutir o assunto a partir de uma proposição da vereadora Fabrícia de Souza (PP). A intenção da parlamentar é propor um projeto de lei nos mesmos moldes da capital gaúcha, para ser discutido e votado pelo Legislativo montenegrino. “Pretendo apresentá-lo em seguida, para que ainda neste ano Montenegro promova sua feira, assinalando o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra”. 

O tema foi debatido com representantes da ACB Floresta Montenegrina, sendo representada pelo Coletivo de Empreendedoras Negras de Montenegro, ACI Montenegro Pareci Novo, Confraria das Empreendedoras de Montenegro e integrantes do Executivo montenegrino. 

De acordo com Letícia Santos, presidente da ACB Floresta Montenegrina, foi verificada a existência de quarenta empreendedoras, porém a maioria está sem regularização adequada.  “Precisamos incentivar Montenegro a fazer esta reparação social e, principalmente, pensar nas necessidades da comunidade negra local”, destacou Letícia. 

A “Floresta” desenvolve o Coletivo de Empreendedoras Negras, apoiando as realizadoras a falar sobre o que fazem e colocando-as no mercado de trabalho de uma forma mais eficiente. Entre as ações iniciais da entidade existe um brechó que ocorre com alguma regularidade, na sede da entidade. “Quando a vereadora Fabrícia nos procurou, falando da possibilidade de haver uma feira com afroempreendedores locais, a gente vibrou, pois iria coroar o projeto que já vem acontecendo. É um projeto específico da Sociedade Floresta, que pode se tornar uma prática do município”, ressaltou. 

A ideia é realizar a feira no dia 20 de novembro. Data simbólica da luta por reconhecimento da comunidade negra. Hoje o município não tem um evento que caracterize este momento. Neste sentido a ACI Montenegro Pareci Novo sinalizou como possível parceira da feira. “A associação apoia este tipo de evento. Já entramos em consenso sobre o assunto”, frisa Karina Olicheski, Coordenadora Comercial da entidade. Além da feira, de acordo com Karina, seria importante oferecer informações e conteúdos para esta parcela de empreendedores. “Precisamos propor um programa que seja um pouco mais abrangente, para que se possa dar conta de outras demandas, sempre pensando nas necessidades deste público”, referindo-se tanto a questões de informação quanto financeiras. 

No olhar dos participantes desta reunião, mais do que vender, as mulheres querem um espaço para serem acolhidas. “Reunimos os empreendedores e eles falam sobre seu negócio, a sua história. O pessoal sai muito motivado dos nossos encontros, cada um é sobre um tema diferente. Nossa função é instruir, também”, comentou Márcia Farias, coordenadora da Confraria das Empreendedoras de Montenegro. 

O secretário de Gestão e Planejamento, Rafael da Cruz, sugeriu que a vereadora Fabrícia apresentasse, na Câmara, um projeto de lei sugerindo que o Executivo inclua no Calendário Municipal de Eventos, a realização da Feira Afroempreendedora. “Seria o pontapé inicial. Depois de aprovada a Lei, a ideia é montar uma comissão, juntamente com a secretaria municipal de Indústria e Comércio, visando promover o evento”. Em curto prazo, a proposta de Rafael seria a elaboração de um termo de fomento, já prevendo a realização da feira no dia 20 de novembro deste ano.