Humanização do parto: reunião discute a atuação de doulas na rede de saúde
Na última quinta-feira, a Câmara de Vereadores de Montenegro realizou uma importante reunião proposta pela vereadora Ana Paula Machado, visando discutir a inclusão de doulas no atendimento ao parto nos hospitais do município. Participaram do debate profissionais da saúde, representantes do Hospital Montenegro, a médica Aline Dörr, da Secretaria Municipal de Saúde, a terapeuta integrativa Valesca Barcella, a doula Raissa Cardozo, e a assessoria da vereadora Rivi Bühler, também engajada na causa.
A reunião destacou a importância do suporte emocional e físico que as doulas oferecem às gestantes, contribuindo para um parto mais humanizado e seguro. Foram apresentados dados de pesquisas que mostram redução nas taxas de cesarianas, maior satisfação materna e menor incidência de depressão pós-parto quando há acompanhamento de doulas.
Atualmente, apenas seis cidades gaúchas possuem leis que regulamentam a atuação dessas profissionais em hospitais. O objetivo agora é elaborar um projeto de lei para Montenegro, garantindo que as doulas possam atuar em hospitais públicos e privados, sempre que solicitadas pelas gestantes, sem custos adicionais.
A vereadora Ana Paula reforçou a necessidade de diálogo com os hospitais para viabilizar a proposta, considerando também a estrutura física e operacional das unidades. O próximo passo será a construção coletiva do projeto, ouvindo todos os envolvidos para que a lei seja efetiva e aplicável.
A nova maternidade do HM, com banheira de parto e salas individuais, foi citada como oportunidade para implementar a humanização, mas esbarra na falta de anestesistas e estrutura adequada atualmente.
As doulas presentes relataram que 70% das gestantes pesquisadas desconheciam seu trabalho, mas 85% teriam interesse em tê-las de forma gratuita. A Unimed local já permite doulas mediante treinamento interno - modelo que poderia ser adaptado para a rede pública.
Agora há o compromisso de se agilizar o projeto de lei, inspirado em cidades como Novo Hamburgo, onde a presença de doulas reduziu em 30% as cesáreas desnecessárias.